quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Goofy’s Race and a Half Challenge

Cinderellos e Cinderellas,

Após curto recesso, voltamos!

Estamos reiniciando nossas atividades com as sensacionais aventuras da Equipe Daniel Rech em solo norte-americano. Como todos sabem, eu não estive presente nesta jornada, e, sendo assim, apresentarei aqui apenas os relatos de nossos colegas que lá estiveram. As fotos aqui mostradas não necessariamente têm conotação com o texto. Isso seria difícil, tendo em vista que eu não participei da empreitada. Coloquei-as apenas com fins ilustrativos. Aqueles que desejarem maiores detalhes fotográficos sabem onde encontrar: nos álbuns do Japa no Picasa. Em alguns instantes, tecerei observações, porque é muito difícil ficar calado diante de momentos tão significativos. Vou combinar o seguinte: quando o comentário for meu, colocarei em itálico. Tá bem assim? Então vamos lá! Começo trazendo a narrativa de nosso mestre e guru, Professor Daniel Rech.

Pessoal, como vocês todos sabem, fomos para os EUA no dia 04 de janeiro para participar das provas da Disney (Family Run 5 km, meia maratona e maratona) e também para brincar nos parques, fazer algumas comprinhas, nos divertir e curtir as férias. Estávamos em torno de 20 pessoas curtindo essa viagem.

Posso dizer que a viagem foi sensacional, sugiro que quem ainda não foi vá, pois lá é tudo de bom, dá tudo certo, os brinquedos são demais, quem curte montanha russa, bahhh! Que loucura! Pode ir com qualquer idade, até um jovem, como eu, se diverte muito! Heheh.

Mas o que quero contar aqui é como foram as minhas corridas.

A função corrida começou na quinta feira, dia 06/01, na feira e entrega de kits. Estávamos todos lá. Vamos por ordem prá não me perder: Luca, Ubaldo, karin, Rodrigo, Lu Madrid, Ana Rita, Robertinha, Lúcia, Márcia, Vítor, Leila, Eu, Clênio e Japa.

Ainda tinha o restante da família do Ubaldo: a Roseli, o João e a Rafa. Não encontramos a Carmen nesse dia, mas ela deveria estar lá.

A feira, super organizada, entra em fila pega isso, sai de fila pega outra coisa, experimenta camiseta, pega envelope e vai pra feirinha gastar.

Combinamos um horário prá nos encontrarmos e tudo certo. Quando nos encontrávamos no meio da feirinha todos diziam que a feirinha era meio fraca, mas depois, no ponto de encontro, é que me dei conta que se aquilo era fraca, imagina se a feira fosse boa! Saímos atolados de sacolas! Meias de compressão então compramos somente 15 pares! Heheh.

Feira boa é a do ginásio da Brigada na véspera da maratona de Porto Alegre! Hahahaha... Abaixo o momento em que o Dani comprou uma dentadura e ensinou inglês para uma americana. Te mete!

No dia depois da feira, seria sexta-feira, corrida de 5 km do Luca e da Carmen.

Saímos do hotel eu, o Luca e o Japa às 5 horas da manhã. O Luca deveria estar lá no máximo às 6 horas da manhã e a largada era às 7 horas. Tava bem frio. O nosso corredor estava enrolado num cobertor emprestado da TAM, e ficou assim até a largada, conseguimos ficar ao lado dele até a hora de largar.

Vocês não podem imaginar a quantidade de gente prá correr 5 km. Devia ter umas 15 mil pessoas! Não consegui contar todas, mas quase, hehe.

Já te ensinei, rapaz: despreza os que estão de touca, e conta as orelhas que fica muito mais fácil!

Ali já me dei conta que não se tratava de uma corrida, e sim de uma festa. Com hino nacional ao vivo e muitos personagens desfilando no estacionamento do Epcot, onde era a largada da prova.

O Capitão América não perde esta mania de colocar as cuecas por cima das calças... E ainda não aprendeu que polegar também é dedo, e que continência se faz com a mão direita!

A prova saía do estacionamento do Epcot, dava a volta por dentro do parque e depois retornava até o estacionamento novamente para encontrar uma imensa arquibancada com muita gente, como se fosse numa partida de futebol.

O Luca terminou feliz da vida com o tempo de 28 min. e 47 segundos

e a Carmen, que só fomos encontrar depois, chegou com 47 minutos e alguns segundos, mas também muito feliz por ter tirado várias fotos no caminho.

Depois dali, fomos direto ao hotel acordar o resto do povo que ficara dormindo.

Tomamos café e saímos. Fomos brincar num parque e tentar descontrair prá Meia Maratona que enfrentaríamos no outro dia.

Chegado o grande dia, saímos do hotel às 3 horas e 20 da manhã. Bem escuro, mais ou menos 10 graus de temperatura, foram só os corredores da meia (Ubaldo, Rodrigo, Lu, Ana Rita, Karin, Eu, Clênio e Japa).

O local que teríamos que ir era o mesmo do dia anterior, no estacionamento do Epcot Center. Chegando lá, vimos o que nos esperava: uma gigantesca festa, com milhares de pessoas!

Perto das 4 horas saímos do carro, já preparados prá corrida. A largada era feita por currais. A minha era no Curral "A", junto com o Japa e o Clênio.

Começamos uma caminhada até a largada. Muita gente, escuro e frio prá caramba. Estávamos enrolados em cobertas e casacos.

Depois de quase 1 hora de caminhada, chegamos ao local de largada. Era uma estrada com vários telões, banheiros químicos e muita, mas muita gente mesmo!

Nossa largada era às 5 horas e 35 minutos, e era logo depois da elite. A largada foi exatamente na hora, logo depois do hino nacional e de uma chuva de fogos de artifício.

Começamos a corrida. A idéia inicial era correr prá 2 horas. Saímos meio trancados, com muita gente junto e um ritmo de 6.20 min/km. Aos poucos a corrida foi ficando gostosa, o pelotão todo correndo junto. Isso é muito legal! A temperatura baixa ajudava também, e, aos poucos, íamos melhorando o ritmo.

A prova tinha 13,1 milhas, e a cada milha era uma festa! Tinha banda tocando, carros estacionados, bonecos da Disney... Passamos por vários parques e até por dentro do castelo da Cinderela. Visual maravilhoso e muitos espectadores ajudando para que a corrida fosse mais legal.

Aqui, a organização da prova concedeu ao Dani o prêmio "Gosh! That thigh!"

Estávamos sempre juntos, nós três. Eu dava o ritmo, mas várias vezes, o Japa, com sua nova passada indiana, vinha ao meu lado e me passava. Eu segurava e pensava: esse cara tá demais! Acho que deve tá querendo ganhar de mim...

E o Japa ia prá trás de novo. Daqui a pouco a coisa se repetia: ele do meu lado e o Clênio atrás. E eu pensando: será que o desgraçado do Japa não vai cansar? E assim a prova foi passando, cada milha mais rápida que a outra e nós correndo e conversando felizes com o desempenho. Até que, chegando na milha 11, o Japa deu uma cansadinha, graças a Deus! Eu apertei o passo e fui firme até chegar na 12, e depois apertei ainda mais prá terminar a prova com o belo tempo de 1 hora 53 minutos. O Japa e o Clênio chegaram logo atrás de mim. Fizemos a prova toda baixando o tempo em cada milha.

Vou dizer uma coisa: eu acho que nos três fizemos uma bela prova, mas o Japa foi bom demais! Ele puxou muito! Gostei do desempenho dele, tanto é que disse prá ele depois: Japa tu tava foda hoje, hein?

Mal sabia que o Japa ainda tinha gás pro outro dia.

Depois da prova terminada, fomos pro carro esperar os outros. Todos chegaram e voltamos pro hotel. Dormimos e logo já estávamos na luta de novo.

Reparem a bagacerice no estacionamento...

E por falar em bagacerice...

NO OUTRO DIA

Saímos do hotel, às 3 horas e 20 minutos: Eu, Japa, Clênio, Roberta, Lúcia, Márcia, Leila e Vítor. Mesma função no mesmo lugar, só que agora a largada seria no Curral "C". Nós três de novo... Íamos ter que agüentar o Japa mais uma vez, heheh.

Na largada encontramos um cara de SP, que grudou na gente a prova toda.

Saímos e estávamos com a idéia de fazer perto de 4 e 15 mais ou menos. E talvez não conseguíssemos fazer a prova juntos como no dia anterior.

Largamos. Eu dando o ritmo, e quem do meu lado? Ele mesmo: o Japinha! Mas tudo bem, era início da prova. Continuou assim: eu dando o ritmo, e o desgraçado do meu lado... Aí eu, já cansado, perguntava: Japa como tu estás? E ele: estou bem. Putz! Essa resposta dele me matava, heheh. Mas vamos lá!

Fomos juntos até a metade da prova e o paulista junto conosco, sempre mantendo o mesmo ritmo. Na milha 15 (eram 26,2), o Japinha deu uma cansada. Ainda bem! Hehe. Segui no mesmo ritmo, o Clênio também ficou, e aos poucos não enxergava mais eles. Estávamos eu e o paulista juntos, e na milha 19, disse que tava meio cansado e o cara disse que tava bem. Resolvi perguntar o tempo dele no dia anterior: 2 horas e 25 minutos (ainda bem, né?). Aí, na milha 20, eu já estava calculando meu tempo, e dava tudo certo prá terminar abaixo de 4 horas e 10 minutos. Teve um único momento em que passamos por um lugar, da onde víamos quem vinha atrás de nós. Ali encontrei o Japa e logo atrás dele o Clênio. E isso foi suficiente prá ver que o Japa não me pegaria mais.

Na milha 21, parei pela primeira vez, pra tomar gel, e era uma subidinha. Ali o paulista me passou. Subi caminhando e lá em cima ele tava com câimbra. Passei ele e fui embora.

Fui mantendo o ritmo e comendo milha por milha. Às vezes ia forte e dava uma caminhadinha pra descansar. Tudo calculado pra dar menos de 4 e 10.

No final deu tudo certo! Terminei feliz da vida com 4 horas e 08 minutos! Acho que foi uma super corrida, depois de já ter feito 21 km um dia antes.

Quero dizer que o Japa e o Clênio chegaram logo depois de mim. Mas de novo, a sensação da prova foi o Japa! Que corrida espetacular que ele fez!

Reparem no quadro da dor!

As gurias também terminaram e chegaram felizes da vida. Parabéns prá elas!

Tenho que dizer uma coisa: a prova toda teve muita hidratação, muita torcida, e apoio durante todo o percurso. Valeu muito a pena!

Aconselho a todos. É uma prova boa demais pra se fazer.

Abraços a todos. Espero que tenham gostado do meu relato, afinal, foi o meu jeito de ver a corrida.

Depois desse dia fomos a vários parques ainda, e mais comprinhas.

Uma coisa legal também é andar no parque medalhado no dia depois da corrida. Heheh

Já estamos pensando na prova prá 2012 em algum outro continente.

PARABÉNS EQUIPE DANIEL RECH!

Um pequeno comentário: aquilo que eu sempre digo quando algum (a) de vocês quer me ultrapassar nos treinos ou nas provas – que falta de respeito! Como é que este infeliz deste japoaba queria ganhar do Mestre Daniel Rech? Como é que a criatura se volta contra o criador? Considero um absurdo! O Dani achou o Japa jogado na rua, na sarjeta, abandonado por uma antiga equipe, catando resto de sachê de gel para sobreviver... Pegou o animalzinho, educou, treinou, deu a ele uma barraca prá morar e as condições necessárias para executar a difícil passada birmanesa. Agora isso: passou a prova toda enchendo a paciência! Queria ganhar do mestre! Eu fico louco com este desrespeito!

Mas, engulamos mais este desaforo, e vamos em frente! Agora, apresento para vocês a narrativa da querida Dona Márcia Miranda.

Há alguns meses começamos a conversar sobre a possibilidade de correr fora do Brasil, ou melhor dizendo, na Disney. Na minha cabeça eu estava certa de que correria 21 km, já que é um tipo de prova que gosto de fazer... Porém, duas menininhas, Robertinha e Lúcia, começaram a dizer: "não...vamos correr a Maratona...". E eu entrei na onda das duas menininhas... Um tempo depois (alguns meses) caiu a ficha de que fazer a maratona não seria uma coisa muito simples, e precisaria de bastante treino. Meu treino realmente começou na metade de Setembro de 2010... Desde então, tentei focar nesta meta que parecia tão difícil de cumprir...

Além das menininhas me incentivarem bastante durante os treinos, tivemos um enorme apoio de uns menininhos que me mostraram que esta meta não seria algo impossível de alcançar...

Chegou então a grande viagem a ser feita e o grande dia...

Estava bastante frio, mas em minha opinião, isto foi determinante para que completássemos a prova...

Largamos eu e as menininhas, Robertinha, Lúcia, e Leila naquele dia tão frio e tão cedo. Demorei para esquentar as minhas mãos naquela prova (pelo menos 21 km) quando a Robertinha me passou todo seu calor humano... Mesmo assim, tive que pegar ao longo da corrida um par de luvas para me ajudar a esquentar.

Consegui terminar a prova me sentindo bem, que era o principal objetivo. Tive alguns contratempos APÓS a prova, mas isso eu já sabia que poderia ocorrer.

Não sou muito boa em escrever, mas acho que estas palavras mostram um pouco o que foi esta minha experiência...

Bjs e obrigado, como sempre pelo seu grande apoio...

Agora o relato da Dona Ana Rita.

Quanta coisa para falar... Bem... A meia maratona nem estava na minha meta, pois sequer fazia idéia deste mundo de corridas! Meu desafio, quando iniciei neste time de corrida, era apenas voltar a correr depois de tantos anos por problema no precioso joelhinho... Lembro muito bem dos meus primeiros 16 minutos de corrida. O Dani pediu para correr sem parar na minha semana inicial em 04/2010. Foram intermináveis e sofridos, uff!!

Em seguida veio a idéia da Disney, meia maratona?... E pensei: obaaa! Passeio, diversão, comprinhas e muito frio, que adoro, seriam ingredientes perfeitos e felizes para enfrentar estes 21Km! Confesso que fui leve para este desafio porque ainda era muito distante e chegando perto começou a bater aquela ansiedade de enfrentá-lo ou desistir. Dependia apenas de mim mesmo. Mas, felizmente, a possibilidade de desistir foi desaparecendo por motivos e valores sem preço como: estamos na Disney, é a primeira maratona, estou como uma equipe maravilhosa que vai estar junto neste desafio, vamos acordar e correr juntos na madrugada de Orlando com milhares de pessoas que, com ou sem motivos especiais, estarão lá para se divertir e não somente competir, mas se superar apenas... Não estarei fazendo as milhas ou kms finais sozinha, ebaaa! E muito mais.

Para mim foi o melhor lugar para fazer minha estréia de meia maratona, porque tinha muita alegria, música, diversão, equipe, organização, muita água, muita torcida em todo trajeto, muitos cartazes com frases especiais como uma que me marcou: "você pode voar". Cada milha era muito comemorada. Enfim, foi super especial e inesquecível independente do tempo, mas pela superação... Foi uma corrida sem sofrer e curtindo cada passada. Portanto, recomendo. Vale a pena sempre! Dani, coloca na agenda mais provas internacionais!

Nota importante: conheci mais um pouco do mundo das corridas, tênis pronado, supinado, top de linha, relógio com GPS, heheheh! Quanta novidade! Na próxima estarei mais craque no uso dos acessórios, porque nesta queria chegar e o relógio continuou...

Muito brigada pela parceria de cada um de vocês nesta viagem. Até a próxima!!! Saudades do frio...

Abraços

Vejam agora o ponto de vista do desrespeitoso gerente. Tinha me esquecido disso: o Dani ainda deu a ele um emprego! É brincadeira!

O desafio do Pateta visto pelo gerente...

Dormi pouco... Pois a privação de sono antes da prova já é normal... Mas acordar às 02h45min da madrugada para correr não foi fácil, estava frio, uns 10 graus, fazer as 13.1 milhas naquele frio seria um desafio mesmo... Entramos no carro às 03h15min Eu, Dani, Clênio, Ubaldo, Lú, Guigo, Karin e Ana Rita, muitos carros se dirigiam para o Epcot, comemos um sanduba no carro e nos aprontamos, tinha uma multidão de corredores e ainda tínhamos que caminhar até os "currais", foi demorado, ficamos com os "Patetas" no curral A, muitos brasileiros na prova... É cantado o hino nacional americano e depois Mickey, Minie, Donald e Pateta desejando boa sorte para todos, hora de tirar o moleton e juntar com os outras milhares de doações...1,2,3. Fogos de artifício e labaredas de fogo, largada foi às 05h35min...

A prova começa... Ritmo leve e com minha passada na ponta dos pés, o ar gelado da manhã no nariz (respirar pela boca foi uma boa escolha), consigo um ritmo bom ao lado do Dani e do Clênio, na 1ª milha uma multidão torcendo, Go Goofy!

Que estilo! Deixando os gringos prá trás!

Correr na Disney é muito diferente, com aquela galera de americanos e as bandas dos colégios tocando e torcendo por nós (eu não sei o que é isso aqui), tinha Powerade e água a cada 2 milhas, tive que pular os postos pois era muita hidratação. Muitos postos com música e D.J's, música eletrônica, Rock'n Roll, anos 80's e muitos personagens da Disney para posar nas fotos durante a corrida, o pessoal parava e entrava numa fila para tirar a foto.

Seguimos os "3 Patetas" juntos, a minha estratégia de tomar um gel logo depois do Castelo da Cinderela e outro na reta final dentro do Epcot, deu certo.

Na reta final 11 milhas, vista da entrada do Epcot o Dani abre, puxa a frente, eu e o Clênio ficamos um pouco para trás, dentro do Epcot mais hidratação e banda de música...

Pelo que tinha estudado antes depois de voltar do lago central é a reta final, Spaceship Earth... Nas 13 milhas um coral cantando música do Queen "We Are the Champions".

Chegamos quase os três juntos, Dani com 1 min na frente, eu junto com o Clênio com 1h54min, foi meu melhor tempo em meia-maratona, a passada indígena deu certo!

Esperamos o pessoal no estacionamento, no carro e dava para ver a multidão cruzando o viaduto, lá no fundo na entrada do Epcot, uma galera passando o viaduto sem parar.

O descanso no Sábado foi fundamental para a maratona de Domingo, pois tínhamos feito a "estratégia suicida" demos todo o gás na meia e não sabíamos com seria na maratona.

A Maratona: acordei 2:45h da madruga, ainda tava todo quebrado da meia, o frio estava mais intenso, uns 8 graus... Nos deslocamos para a prova, desta vez com menos trânsito, Eu, Dani, Robertinha, Pimenta, Clênio e Márcia, Vitor e Leila. Chegamos, nos aprontamos e comemos os sandubas que o Clênio e a Márcia fizeram (valeu!),

então nos dirigimos aos "currais". As mulheres da EDR ficaram no "Curral E" enquanto que nós os "Patetas" desta vez ficamos no curral C esperando a largada, hino americano, personagens Disney, deixa o moletom pra doação, fogos de artifício e labaredas de fogo... Largada!

Já tinha vivenciado aquele trecho 24 horas antes... Tava correndo bem mais devagar, a estratégia era de fazer no ritmo de 6min/km, passam as milhas, as mesmas festas bandas e multidões torcendo pelos Goofies... Que legal... Aquilo dava uma força nas pernas!

Passa viaduto, passa a entrada do Magic Kingdom, Dj's, Rock & Roll, Castelo da Cinderela... Chega no meio da prova 13.1 milhas no campo de golfe, a bandinha alemã tocando a música da Oktoberfest, Dani pergunta onde está o Clênio? Eu digo: está uns 10 metros atrás... E me pergunta: Japa, tu tá bem? Eu respondo que sim, mas estava cansado... A passada indígena tinha exigido demais no sábado.

Mudei a passada na 15ª milha, pensei: azar... Vou descansar a passada, eheheh!! No Animal Kingdom corri normal batendo o calcanhar... Aiii, vai começar a doer o pé bem na hora do muro "The Wall" nas 20 milhas... (para quem não sabe "o muro" é psicológico, onde o corpo diz não para o cérebro e as pernas param de responder, é preciso muita concentração nesta hora, aparece para todo o corredor depois de 30 Km).

Tomei um Advil, não doeu, muita sorte! Mudei a passada de novo, na ponta dos pés, tava voando novamente... Passava os corredores, subia as lombas muito forte, depois no viaduto tinha gel, banana, Powerade e água... Tive que caminhar estes 100m comendo tudo isso... Saí como louco... A caminhada foi necessária, passo pelo Dani na contramão do retorno, ele tava uns 2 min na frente, o Clênio um pouco atrás, entro no Disney Hollywood Studios, uma multidão, o parque se liga com o Epcot por uma passagem interna que sai nos resorts, corre pelo cais de madeira "boardwalk" e pela calçada do canal que sai no lago Epcot, tinha uma galera torcendo lá dentro - Go! Be a Goofy!, - Good Job!

Finalmente saio nos países, passo pelo Japão, Itália, Alemanha, México...

Agora falta pouco, reta final... Spaceship Earth, right, left e... 26 milhas, o coral cantando... A chegada... Sprint final... Muito rápido. Donald e Pateta... Yes! 4h10min I'm a Goofy now...

Que chegada bacana! Parabéns, Japitcha!

Sensacional prova que só seria possível com a ajuda da EDR (obrigado a todos) e o apoio nos treinos foi fundamental (valeu Patsy e Neusinha). No início de Dezembro estava com dor no pé e no tornozelo esquerdo e me sentia muito inseguro para correr forte na maratona, comprei um tênis novo para resolver parte do problema e tive que mudar e me acostumar com a passada indígena (da ponta dos pés ao calcanhar) que se mostrou eficaz (o teste foi no treinão da AGCRS e no dia seguinte, eu corri 27 Km - vai até a praça da Tristeza e volta), depois os treinos na Redenção e no Parcão (no sentido inverso, subindo a lomba) foram muito úteis.

Telmo, The NEW Jap (EDR's Manager)

Vejam que ele fez terrorismo com o Dani! Estava cansado, quase morrendo, mas disse que estava bem! É muita falta de vergonha, e muito desrespeito!

Não quero mais falar nisso.

Passemos ao depoimento da nossa querida Lúcia “Pimenta”.

Primeira Maratona - 42 anos – 42 quilômetros!!!!!

Em 2010, depois de voltar das férias na Argentina, onde algumas pessoas do grupo fizeram o Cruce de los Andes, muito empolgados com o sucesso da viagem, começamos a discutir para onde iríamos em 2011.

No começo de Junho já estávamos decididos que o destino seria a Disney onde tínhamos as seguintes possibilidades (5km, 21km, 42km e 63km). O Dani, tentando nos convencer de que por se tratar da primeira maratona deveríamos fazê-la em Porto Alegre pois teríamos amigos, familia e suporte maior. Tentativa em vão, dia 23/06 fiz a minha inscrição e mandei a cópia por e-mail para ele e para as gurias dizendo “Não tem mais volta, já me inscrevi!!!!”.

Não demorou para achar que tinha feito a escolha errada....... O primeiro stress foi quando o Dani nos disse que teríamos que correr 4 vezes por semana....... Eu e a Roberta já estávamos correndo 3x e fazendo musculação 3x........ Pensei, “Fruta que partiu” no final das contas vou estar odiando tudo, a corrida, o Dani e eu por ter tomado esta decisão por impulso.......

1ª. Lembrança – Bruna e Bina comentando sobre os treinos para a maratona..... “É muito sacrifício, a gente fica sem vida social.....”

Começamos os treinos e penso que tudo depende muito dos objetivos que você tem. No meu caso eu corro, ponto. Então meu desafio maior era completar e quanto ao tempo????? Meu objetivo era fazer em até 4:55.

Lembro de 3 treinos realmente difíceis:

· 32 km no dia da corrida da Paquetá – Sobrevivi;

· Iguatemi / Casa do Japa + Treino lá – Não lembro quantos km foram no total. Não fosse a ajuda dos guris, que nos acompanharam de bicicleta, eu não teria sobrevivido;

· 35 km no Lami – Corri 29km, tive uma bolha gigante em baixo do pé direito e outras distribuídas no mesmo pé que não me deixaram continuar......

2ª. Lembrança – A Danuse me dizendo “Se puderes fazer pelo menos um longão de quase 40km tu te sentirá mais confiante de que poderá completar a maratona!”

Duas semanas antes da viagem estava em pânico e já estava com dor de barriga achando que não conseguiria completar a prova. Pensava: meu treino mais longo foi de 32Km.... Robertinha tava uma pilha, a Márcia também..... Um dia, eu zero a fim de trabalhar, resolvi entrar na internet. Entrei em vários sites para saber o que iria comprar na viagem e resolvi entrar no Blog do Baldi, http://medalha-sombra-e-aguafresca.blogspot.com/2010/11/contagem-regressiva.html, e não sei por que razão não li o último post. Resolvi olhar o post anterior, onde ele falava dos treinos que já tinha feito e dos treinos que faria para a TTT. Não sei se acreditam em anjo, mas isto explicaria eu ter ido direto neste texto.

Depois de ler o post pensei o seguinte. Se um corredor que eu respeito para caramba e que tem mais de 30 maratonas no currículo estava dizendo que não sabia se iria fazer um treino de 40km para uma prova de 82km e se meu treinador estava tranquilo e dizendo que dava, estava na hora de acreditar mais em mim. Compartilhei com a Roberta e a Márcia as informações do Blog e acho que isso nos deixou mais tranquilas.

Véspera de prova – Sempre tenho dor de barriga e não durmo direito. Desta vez, sem dor de barriga, demorei um pouco para ter sono, mas consegui dormir 4hrs e 30min.

Manhã da prova – Como diria o Dani “Tava frio para caralhooooo”..... Mas não reclamei porque isso era bom. Na largada fiz uma capa com o cobertor que eu tinha pego no avião e com ele corri os primeiros 5km.

3ª. Lembrança – O Dani nos dizendo na noite anterior que treinamos juntas e o plano inicial era fazer a prova as 3 (eu, Rob e Marcia) juntas, mas que deveríamos respeitar o nosso corpo e seguir cada uma no seu ritmo.

4ª. Lembrança – O Dani falando: “se precisar caminhar, caminha, mas não muito ou as pernas irão endurecer e não terá volta...”

Nos primeiros 5km enquanto eu corria com as gurias meu pensamento era: “ eu sei que as gurias estão correndo mais do que eu, então se eu seguir com elas vou me sentir pressionada a tentar acompanhá-las, em algum momento e não vou conseguir e isso vai me derrubar.” Então tomei a decisão: farei a prova sozinha. Eu estava me sentindo muito bem e estava bom de correr, então fui..... Lá pelo Km 22 nos encontramos novamente, então seguimos eu e a Marcia. A Roberta se separou de nós. Corri com a Marcia uns 5km, depois do km 27 comecei a sentir dor nos joelhos e nos ombros, mas felizmente a cada 2 milhas a prova oferecia um gel (tipo gelol) então a Marcia seguiu e eu fiquei para usar o gel.

Separadas as 3 agora. Chega o Km 28 e com ele a dor de barriga..... Que m... Corria... E tinha que dar uma caminhada para passar a cólica.... Voltava a correr e a 4ª lembrança... hehehehe

Ufaaaaa um banheiro!!!!!! Sim a cada 2 milhas tinha banheiro com papel e do lado de fora pia com torneira para lavar a mão. Chego na fila e a Roberta chega na fila também. Detalhe minha ficha era para o nº 2 e a dela para o nº 1.

Alguns km depois, em um ponto tipo no final da Meia maratona do Rio, que você está indo e vê o povo voltando na pista do lado, vi a Márcia e concluí que ela eu não alcançaria mais. Na metade do caminho entre mim e a Márcia estava a Robertinha. Minha meta passou a ser alcançar a Roberta. Na minha frente uma guria correndo e nas costas da camiseta dela dizia o seguinte: “ 3 meses atrás isto parecia uma boa idéia”..... Hehehehehe pensei, estão lendo meu pensamento.....

Lá pelo Km 30 eu alcancei a Roberta. Entre o km 31 e 32 entendi que estávamos em ritmos diferentes, as duas bemmm cansadas e que teríamos que nos separar novamente para conseguir completar a prova. Lembrei da galera que já fez maratona comentando que por volta do km 37 o povo costuma quebrar. Lembrei também do Juarez me dizendo: “tá cansada? Abre a passada”. Então decidi não olhar mais no GPS (sim, agora eu tenho um GPS!) em que km estava, tipo psicologia infantil.

Não quebrei no km 37, mas quebrei no km 39... E foi SODA galera, calafrio, tontura, vontade de vomitar e a sensação de que iria desmaiar a qualquer momento. Tinha gel, mas não aguentava mais comer gel. Tentei comer um chocolate que estavam distribuindo, mas não deu certo...

Cruzei a linha de chegada com o tempo de 5:00:47, não atingi a meta inicial, mas não tem problema. Choreiiiiiiiii, muito. Fiquei repetindo que eu não sabia onde eu estava com a cabeça quando decidi fazer a maratona e que não sabia se faria de novo. Masssss 20 minutos depois já estávamos falando em que pais seria a próxima. Eu sei Bina, você me avisou... heheheheh

Claro que a organização impecável da prova, a temperatura, o apoio das pessoas que assistiram, dos voluntários que trabalharam e principalmente os gritos dos meus amigos queridos na chegada fizeram tudo ficar mais fácil!

Conclusão:

· Se o seu treinador diz que você pode, por mais maluco que ele seja, acredite: o cara sabe!

· Maratona é bom para a memória!!!! Viram de quantas coisas eu me lembrei durante a prova???

· O Dani sabe das coisas, mas também se engana. Não sei se notaram, mas muitos de vocês acabaram fazendo a prova junto comigo mesmo não estando lá!

· Se você decidir fazer alguma coisa e trabalhar para isso vai concretizá-la!

· 2 anos atrás não imaginei que um dia faria uma Maratona, aliás, eu falava que jamais faria.....hehehehehe

Beijos

Quero parabenizar a Lúcia pela raça, pelo foco e pela concentração claramente visível na foto abaixo.

E a "Foto do Post!" vai para a Cinderella saindo do castelo. Desculpem-me, mas como diz a minha mãe, achei linda de morrer!

É óbvio que me sinto extremamente honrado por ter sido lembrado, e por ter corrido junto contigo por alguns instantes mesmo sem estar presente. Querida Lúcia, parabéns pelo feito e conte sempre com o meu apoio. Eu tenho certeza de que você ainda irá muito mais longe do que meros 42 km. Um beijo enorme com todo o meu respeito e a minha admiração.

Quero aproveitar e parabenizar a Robertinha pela belíssima prova.

Tenho certeza que o esforço foi prá lá de recompensado! Como diz aquele conhecido clichê: a dor é momentânea, mas o orgulho é eterno!

A única coisa que eu gostaria de deixar bem claro prá todos vocês é que se arrependimento matasse eu estaria, agora, comendo capim pela raiz com a boca cheia de formiga! Depois que eu vi as medalhas fiquei quase louco! Eu quero estas medalhas!

A da meia

A da Maratona

E a de quem fez as duas, o Desafio do Pateta!

Aproveito a oportunidade para conclamar a todos (as) os (as) que não foram este ano para se organizarem para 2012: Dalila, Manair, Veloz, Ricardo, Baldi, Carol, Renato, Roslank, Marcão, Luanda, Vicente, Luana, Beck, Mônica, Adri Sette, Mathias, Claiton, Mário, Coronel, Neusinha, Alexes, Danuse, Andrezza, Wagner, Aninha, Bina, Bruna, Pedrão, Conceição, Rafa, Giovana, Daniel "Oto", Melissa, Álvaro, Nara, Patsy, Lu Fioravanti, Zé e Vanessas. Nós precisamos buscar estas medalhas! E é óbvio que quem já foi, se quiser ir de novo, será muito bem-vindo!

Meus Patetos e Minhas Patetas,

Este ano está apenas começando, mas pelo que já pudemos observar será fantástico!

Para aqueles que estão treinando para a TTT deixo apenas um pensamento. Imaginem-no enquanto estiverem correndo: "todos os nossos sonhos podem se realizar, se tivermos a coragem de persegui-los" (Walt Disney).

Abraços e beijos,

Juarez Arigony

4 comentários:

  1. Juju:

    Eu vou! Também quero uma medalha dessas. São liiiindas! Parabéns aos Mickeys, Donalds, Cinderellas e três Patetas.
    Bjs.
    Neusinha

    ResponderExcluir
  2. Galera, parabéns pela excelente prova que todos fizeram! Dá prá ver pelos relatos que foi tudo muito legal por lá! Inveja total de vcs! hehehe

    Se eu fosse mais esperto, teria ido tbém e depois tirava todo o custo vendendo as compras como o Daniel tá fazendo! rsrsrs

    Lucia, tu já tinhas me falado e que bom que te ajudou bastante. Claro que cada corredor é diferente do outro, mas um ponto fundamental prá fazer maratona é estar confiante, pq, mais que pernas, no final é a cabeça que comanda o espetáculo.

    Mais uma vez, parabéns a todos! Os relatos estão muito bons e emocionantes! E que venha a TTT daqui duas semanas e outras corridas em 2011, 2012, 2013...!

    ResponderExcluir
  3. Podem ter certeza, corri com voces a meia e a maratona...cansei menos claro, jah que foi em pensamento..hehe...mas queria dizer que voces foram MARA...se eu fizer minha primeira meia assim,toh bem feliz...bjsss

    ResponderExcluir
  4. Neusinha,

    No final do post fiz uma despretensiosa convocação para todos (as) aqueles (as) que eu gostaria de ter a meu lado numa aventura deste quilate. Que o bom Deus nos ajude para que possamos realizar este sonho - e és parte dele!

    Baldi,

    Já que falaste em TTT, o meu conselho para ti é muito simples. E nem é conselho, que eu não tenho autoridade para isso. É apenas uma recomendação: te cuida, meu velho! Eu espero ainda, por muitos e muitos anos, continuar travando contigo o duelo da incompetência.

    Lu,

    Quem sabe não vens conosco na próxima? Seria MARA! hahahaha...

    Abraços e beijos!

    ResponderExcluir

Seu comentário é sempre bem-vindo! Registre-o aqui.